08/09/2013

manhãs sem luz em apartamentos não incendiados

todos dormem menos eu
no vasto

o som do sábado é o do tempo se perdendo
a vitrola que não tenho toca silêncio
sonho com baobás e passados

caminhões fazem trânsito lá no fora
carros
sempre muitos
sempre indo e vindo
e o mundo esta merda
e eu preso à falta e a mim

(atchim)

leio um poeta aleatório
jogo videogame
como dois pães e chocolate
nada adianta
nada
nada consegue a mínima marola
no oceano de areia do tempo

todos dormem
longe

(espero e espirro)

o peito teima em mostrar que existe

sem enfartar, porém
pulsa suas derrotas todas
(as mesmas de sempre)

sigo sem aprender absolutamente:
alianças no lixo
e mais armários e gavetas
que não abro

sigo sem aprender:
não tenho condições
de começar nada
exceto - talvez - um poema inexato

2 comentários:

  1. Assim como parece ser o teu, meu fim é começar.
    Sempre!

    Flores...

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  2. Anônimo11/9/13

    Exatamente isso.
    Ninguém entendia
    Já não importava.
    Precisava resgatar - me.

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