esquistossomos:
sintomas esquisitos
somos
o outro nunca é um livro aberto
e, folheando-o,
saem serpentes
sobem por seus braços
misturam-se a seu ser:
somos o mesmo
29/04/2013
um sonho não meu
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28/04/2013
pipoca
a poesia
saliva e salva
(palmas para Jesus)
um meio do indizível
se aproximar do impossível
casca de milho
presa na gengiva
entre o quase
e o pus
saliva e salva
(palmas para Jesus)
um meio do indizível
se aproximar do impossível
casca de milho
presa na gengiva
entre o quase
e o pus
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26/04/2013
maior
o mundo calmamente observa
mosquitos nos pneus
guerra, fome, epidemia
tudo silenciosamente observa
o sol voltando no outro dia
mosquitos nos pneus
guerra, fome, epidemia
tudo silenciosamente observa
o sol voltando no outro dia
![]() |
imagem: NASA |
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25/04/2013
vermelho tarde
meu romance mora
numa casa sobre o rio
longe, longe, quase impossível
uma ponte
entre o corpo poente
e o sonho distante
numa casa sobre o rio
longe, longe, quase impossível
uma ponte
entre o corpo poente
e o sonho distante
![]() |
imagem: Irene Becker |
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23/04/2013
ja_nela
a casa rui
desaba
finda
escapa
flui
(sob um sol apático
e convexo)
porque
alicerçada
em alguém fora dela?
ou por causa do muro
concreto duro
plexo sem
janela?
desaba
finda
escapa
flui
(sob um sol apático
e convexo)
porque
alicerçada
em alguém fora dela?
ou por causa do muro
concreto duro
plexo sem
janela?
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poema molhado em imagem
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malas prontas
tudo que ela pressente é ruim
vivemos com medo do presente
numa caixa nem desembrulhada
eu com o pé na estrada
ela com a mão no fim
fingimos assim
a possibilidade nua
de partir nossa noite
em duas
depois choramos secos
celebrando tristes
a realidade escura
e o caminho mais largo
um pra cada lado
(ambos olhando pra trás)
vivemos com medo do presente
numa caixa nem desembrulhada
eu com o pé na estrada
ela com a mão no fim
fingimos assim
a possibilidade nua
de partir nossa noite
em duas
depois choramos secos
celebrando tristes
a realidade escura
e o caminho mais largo
um pra cada lado
(ambos olhando pra trás)
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22/04/2013
obras
cano ligado a cano ligado a cano
poesia é vazamento
oceano
poesia é vazamento
oceano
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21/04/2013
parque natural municipal de marapendi
não ando na beira da floresta:
sou a floresta que não cabe em mim
(de frente pros jardins dos ricos)
o mato
(muito mais bonito)
aplaude o vento
que lhe balança
somos
som e dança
não delimito com cercas
áreas retangulares
de minha natureza
silencio
leio amplo
o poema-céu
um tiê sangue
cruza o verde azul:
amor cortando meu plexo frio
amor antigo e novo
que todo dia sangra sorrindo
e nasce chorando:
uma flor amarelo profundo
sobre o lixo do mundo
longe, jogam futebol aos berros
passam voando em carros desertos
abrem cancelas lendo jornal...
enquanto a floresta
de cheiros, silêncio e a mais bela dor
caminha lentamente comigo
sou a floresta que não cabe em mim
(de frente pros jardins dos ricos)
o mato
(muito mais bonito)
aplaude o vento
que lhe balança
somos
som e dança
não delimito com cercas
áreas retangulares
de minha natureza
silencio
leio amplo
o poema-céu
um tiê sangue
cruza o verde azul:
amor cortando meu plexo frio
amor antigo e novo
que todo dia sangra sorrindo
e nasce chorando:
uma flor amarelo profundo
sobre o lixo do mundo
longe, jogam futebol aos berros
passam voando em carros desertos
abrem cancelas lendo jornal...
enquanto a floresta
de cheiros, silêncio e a mais bela dor
caminha lentamente comigo
![]() |
imagem: Fabio Rocha |

cagões
semáforos só amarelos
somos
quem semeamos
(papel higiênico
nos oceanos)
somos
quem semeamos
(papel higiênico
nos oceanos)
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20/04/2013
a ilha e a sede
perdemos o orkut pro facebook
o facebook pro orkut
o brilho nos olhos
o rumo...
e a falta de prumo
torna a norma o pranto
algo deforma
qualquer instante
ou possibilidade
de acalanto
quebra
gasta
trinca
há algum fantasma que respiramos
algum mistério de algas nos pratos que comemos
algum contato extraterreno
alguma energia telúrico-jurídica
alguma carta do i-ching
alguma macumba de osho
o preço do tomate
ou apenas o tempo
tirando o sal do gosto
pesando o olho cansado
ao mesmo tempo
algo como o que já somos
ainda é
ainda temos
sem esse sono...
sinto fome do que fomos.
mas a voz crispada em grito
as lágrimas que não precipito
o ouro apertando a mão
o não apertando o são
a guerra...
nada mais inútil
que um poema
ou um livro cheio deles
quando o que falta é água
e tens sede
de nada
o facebook pro orkut
o brilho nos olhos
o rumo...
e a falta de prumo
torna a norma o pranto
algo deforma
qualquer instante
ou possibilidade
de acalanto
quebra
gasta
trinca
há algum fantasma que respiramos
algum mistério de algas nos pratos que comemos
algum contato extraterreno
alguma energia telúrico-jurídica
alguma carta do i-ching
alguma macumba de osho
o preço do tomate
ou apenas o tempo
tirando o sal do gosto
pesando o olho cansado
ao mesmo tempo
algo como o que já somos
ainda é
ainda temos
sem esse sono...
sinto fome do que fomos.
mas a voz crispada em grito
as lágrimas que não precipito
o ouro apertando a mão
o não apertando o são
a guerra...
nada mais inútil
que um poema
ou um livro cheio deles
quando o que falta é água
e tens sede
de nada

19/04/2013
do método
a poesia ruim
dança p(r)ensada
no precipício
entre a inspiração
e o sacrifício
a poesia
muito revisada
se perde de si:
não diz nada
a poesia
muito reescrita
nem em si mesma
acredita
a poesia
muito perfeita
sobre seu túmulo
deita
dança p(r)ensada
no precipício
entre a inspiração
e o sacrifício
a poesia
muito revisada
se perde de si:
não diz nada
a poesia
muito reescrita
nem em si mesma
acredita
a poesia
muito perfeita
sobre seu túmulo
deita
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18/04/2013
afilhada
trago a voz definhada pelo desuso
mas o peito permanece querente
medito pra me afastar-te
e esbarro-te em mim
dentro desse calor sem fim
entendo a pressa dos helicópteros quentes
giro
(tonto)
mas não me elevo
afiadas:
a hélice sua
a minha dor
mas o peito permanece querente
medito pra me afastar-te
e esbarro-te em mim
dentro desse calor sem fim
entendo a pressa dos helicópteros quentes
giro
(tonto)
mas não me elevo
afiadas:
a hélice sua
a minha dor

bem coletivo
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17/04/2013
fico
tonto, quebro o prato
da regra contra o ato
desacato em protesto íntimo
tal desencontro
dito isto, constato:
gastrites à parte,
parto
da regra contra o ato
desacato em protesto íntimo
tal desencontro
dito isto, constato:
gastrites à parte,
parto
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16/04/2013
quando o assunto é vida
estico-me em direção...
a mão parada à força:
a parede do não
sem circulação
acordo
a_corda enforca o pulso
e corta o espontâneo
a razão
escolha que encolhe:
não mergulho e dor
ou mergulhador?
há razão?
encurvo-me tonto em torno do plexo
com certeza profissional:
sou completo amador
a mão parada à força:
a parede do não
sem circulação
acordo
a_corda enforca o pulso
e corta o espontâneo
a razão
escolha que encolhe:
não mergulho e dor
ou mergulhador?
há razão?
encurvo-me tonto em torno do plexo
com certeza profissional:
sou completo amador
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13/04/2013
desap_ego 911
o terror
contra o terrorismo
não funciona, amor
é preferível deixar-se
fuzilado sem chorar bis
plantando flores incríveis
em fuzis
contra o terrorismo
não funciona, amor
é preferível deixar-se
fuzilado sem chorar bis
plantando flores incríveis
em fuzis
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modus operandi
por não agir
nunca
no momento do agir
(principalmente no sofrer)
meu corpo racional se curva
em lordose cervical
concha ao redor do plexo
caramujo que adia
a energia do agora
passam dias,
gastrites, tonturas, tendinites
e faço um poema complexo
nunca
no momento do agir
(principalmente no sofrer)
meu corpo racional se curva
em lordose cervical
concha ao redor do plexo
caramujo que adia
a energia do agora
passam dias,
gastrites, tonturas, tendinites
e faço um poema complexo
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12/04/2013
poder
repasso
passo a passo
o lugar de minha força
o amplo céu
lentamente
desiste da luz
pescadores silenciosos
tentam tirar do mar
a última cor
sinto demais
pra não querer
o infinito
passo a passo
o lugar de minha força
o amplo céu
lentamente
desiste da luz
pescadores silenciosos
tentam tirar do mar
a última cor
sinto demais
pra não querer
o infinito
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ar-te
afã de arfar-te
provar-te a mais íntima letra
beber-te a boca
provar-te a mais íntima letra
beber-te a boca
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ovo
amanheço o sonho
gemo alvorada
clara de novo
gemo alvorada
clara de novo
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11/04/2013
brasil, fora da novela
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rima

oshíssimo
adio para nunca
a tensão na nuca
fatos não importam:
nada é seguro
e sempre haverá
gente erguendo muros
gente abrindo portas
a tensão na nuca
fatos não importam:
nada é seguro
e sempre haverá
gente erguendo muros
gente abrindo portas

10/04/2013
com_pressa
esqueço sonhos, poemas
as vértebras fora do lugar
o plexo fora do lugar
o nexo fora do siso
sigo
porém
complexo
as vértebras fora do lugar
o plexo fora do lugar
o nexo fora do siso
sigo
porém
complexo

no trabalho, em tempo
o não dito
entope
de esgoto
o maldito
ar condicionado
entope
de esgoto
o maldito
ar condicionado
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5 da manhã
somos o sono do sonho
a voz da noite é rouca
e tempo
é sinônimo de pouco
a voz da noite é rouca
e tempo
é sinônimo de pouco
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07/04/2013
da consciência atrasada
nem a palavra mais certa
desfaz
a errada
desfaz
a errada
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05/04/2013
deschuva
nasce sem alarde
um sol sorrateiro
no final da tarde
um sol sorrateiro
no final da tarde

contabilidade pública e privada
o bom silêncio
chove gelado:
lado de fora
montanha verde
que imagino
quase risonho
enquanto gasto
a minha idade
com bens contábeis
e patrimônio
chove gelado:
lado de fora
montanha verde
que imagino
quase risonho
enquanto gasto
a minha idade
com bens contábeis
e patrimônio

04/04/2013
as as as
o mundo é fundo
os artistas pulam
todos morrem
a maioria se mata
os artistas pulam
todos morrem
a maioria se mata
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nem a ufologia mística explica a poesia
a aproximação do poema bom
é meio incrível
mas se sente
assim, exatamente:
um disco voador enorme
vem de cima
sempre de cima
invisível
incrível
insolúvel
indivisível
da nona de Beethoven
pode-se estar pensando no dilema
entre forma e conteúdo
ou outra inutilidade...
e motos cortam com retas
sua vida de sono
em todas as direções
não há você
não é você que faz
nada
nem os intraterrenos
(eram os deuses astronautas?)
Carmina Burana profana o sonho morto
de gastar a vida
acumulando bens
e matando o tempo
cores em profusão
e
depois
decepção:
a prisão não é apenas o escritório!
em todo o universo
exceto no verso
não se pode
beijar a gostosa
ou matar o inimigo
apesar dos literatos antigos
tentarem afastar o simples do genial
Beethoven diz mais em quatro notas
do que toda a crítica mundial
não fode!
e o verso acaba
sorriso
e o verso finda
precipício
e depois de acabado
não era bem isso
é meio incrível
mas se sente
assim, exatamente:
um disco voador enorme
vem de cima
sempre de cima
invisível
incrível
insolúvel
indivisível
da nona de Beethoven
pode-se estar pensando no dilema
entre forma e conteúdo
ou outra inutilidade...
e motos cortam com retas
sua vida de sono
em todas as direções
não há você
não é você que faz
nada
nem os intraterrenos
(eram os deuses astronautas?)
Carmina Burana profana o sonho morto
de gastar a vida
acumulando bens
e matando o tempo
cores em profusão
e
depois
decepção:
a prisão não é apenas o escritório!
em todo o universo
exceto no verso
não se pode
beijar a gostosa
ou matar o inimigo
apesar dos literatos antigos
tentarem afastar o simples do genial
Beethoven diz mais em quatro notas
do que toda a crítica mundial
não fode!
e o verso acaba
sorriso
e o verso finda
precipício
e depois de acabado
não era bem isso
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prévia de um poema bom (um poema ruim)
está errada essa miséria
de só viver nas férias
e no maior da vida
em escritórios sem avidez
driblar o tédio com funções
que qualquer máquina ou programa
faria melhor que vocês
gastamos a vida
matando o tempo
de só viver nas férias
e no maior da vida
em escritórios sem avidez
driblar o tédio com funções
que qualquer máquina ou programa
faria melhor que vocês
gastamos a vida
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normas fecham
a palavra idéia
ao perder o acento
torna-se fechada
ao perder o acento
torna-se fechada
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03/04/2013
melodia
queria que a poesia tivesse
metade da capacidade
de reversão de polaridade
que a música me faz
o corpo esquece até que coça e sua
a alma flutua
direto
do inferno pro céu
metade da capacidade
de reversão de polaridade
que a música me faz
o corpo esquece até que coça e sua
a alma flutua
direto
do inferno pro céu
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autoclínica

02/04/2013
chegando aos 40
dou voltas ao redor do
copo meio vazio
fazendo tempestades
copo meio vazio
fazendo tempestades
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definições líquidas
famílias são agentes econômicos
espiões são agentes secretos
poemas são desagentes
espiões são agentes secretos
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história da minha poesia (nossa)
eu
eu
eu
eu
eu
DeuS
eu
eu
eu
eu
DeuS
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