agora estou certo:
fora de nós
é um deserto
31/08/2013
frio
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29/08/2013

fumaça (pouso)
no caminho pro trabalho
vi uma garça
abanando a chama verde
de uma árvore
vi uma garça
abanando a chama verde
de uma árvore
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ainda há luz
meu pai tinha um chevette com faróis amarelos
chegava do trabalho perto das 7 da noite
eu esperando na janela
via a rua virar dia
o sol não desiste:
volta todo dia
e simplesmente brilha
vejo no olho dele um leão
(redondo o contorno da juba)
e o leão é maior que o mundo
chegava do trabalho perto das 7 da noite
eu esperando na janela
via a rua virar dia
o sol não desiste:
volta todo dia
e simplesmente brilha
vejo no olho dele um leão
(redondo o contorno da juba)
e o leão é maior que o mundo
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28/08/2013
destino
escrevo letras que nem eu entendo
simbolizando hieroglifos
de certeza antiga
barcos partindo e chegando
inaugurando oceanos
deuses mortos há milênios
escrevo caracteres de sonho
desenho animado
domingo na vó
escrevo tudo que não tenho
nem sei
mas a imagem de uma mulher roda e dança
entre as vogais e as sombras
que me afogam no deserto
simbolizando hieroglifos
de certeza antiga
barcos partindo e chegando
inaugurando oceanos
deuses mortos há milênios
escrevo caracteres de sonho
desenho animado
domingo na vó
escrevo tudo que não tenho
nem sei
mas a imagem de uma mulher roda e dança
entre as vogais e as sombras
que me afogam no deserto
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27/08/2013
ponte de angústia aérea
ela vai, ela vem:
ela não sai
daqui
porém
nem vou além
de ir também
você sabe que não há saída
eu sei que não há saída
e mesmo assim seguimos
indo
(arrepio de nostradamus)
mais nenhuma música salva
mais nenhuma lágrima alivia
mas ainda há saliva
e às 5 da manhã algo ainda pia
(além de frio, agora chove
sobre a minha pobre rima)
transbordo a poesia
só por pura mania
de esperançar o dia
assim vou
com a mesma expressão
de quem já calou muita dor
e sabe a paixão
menor que o amor
(me disseram isso um dia)
ela não sai
daqui
porém
nem vou além
de ir também
você sabe que não há saída
eu sei que não há saída
e mesmo assim seguimos
indo
(arrepio de nostradamus)
mais nenhuma música salva
mais nenhuma lágrima alivia
mas ainda há saliva
e às 5 da manhã algo ainda pia
(além de frio, agora chove
sobre a minha pobre rima)
transbordo a poesia
só por pura mania
de esperançar o dia
assim vou
com a mesma expressão
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e sabe a paixão
menor que o amor
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26/08/2013
arrepio
deve haver algo que não estou fazendo:
quebrei os óculos
mas continua frio
quebrei os óculos
mas continua frio

22/08/2013
nitroglicerina
enquanto minha epiderme
sustenta silêncios com movimentos leves
espero com secreta urgência: exploda
sustenta silêncios com movimentos leves
espero com secreta urgência: exploda

20/08/2013
mandado
o sapo engolido não cabe na folha
resta a escolha:
me encolho ou me mando?
resta a escolha:
me encolho ou me mando?
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19/08/2013
outro poema para camila
camila agora fala frases inteiras
e pede pra família toda dar as mãos
e brincar de roda
no meio da sala
no meio do domingo
camila mal sabe falar
mas já nos faz amar sorrindo
e pede pra família toda dar as mãos
e brincar de roda
no meio da sala
no meio do domingo
camila mal sabe falar
mas já nos faz amar sorrindo
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18/08/2013
auto-poema 37
criar a cura
com essas mesmas mãos
(as mesmas não)
é tempo de refazer azul
o mar
o sonho
o ar
o som!
com essas mesmas mãos
(as mesmas não)
é tempo de refazer azul
o mar
o sonho
o ar
o som!
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e tento tanto
meu mar dos sonhos
tá poluído
sobre o lixo
um louva-deus enorme
branco polar frio
sobre_vive sem se molhar
meu mar tá manso e torto
meu mar morto
tá poluído
sobre o lixo
um louva-deus enorme
branco polar frio
sobre_vive sem se molhar
meu mar tá manso e torto
meu mar morto

16/08/2013
estrangeiridade
a literalidade
sem literatura
me arde
sem literatura
me arde
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15/08/2013
sereno
estou quebrado no centro
Beethoven cata em teclas os meus cacos
e abaixo da janela gritam gatos
no meio da noite, fodendo ou morrendo
Beethoven cata em teclas os meus cacos
e abaixo da janela gritam gatos
no meio da noite, fodendo ou morrendo

14/08/2013
pequena morte
Para Tayra
ela me toca e me olha, pequena, bonita
a pele branca ficando vermelha
seu corpo perfeito se estica
no infinito de nossa cor favorita
ela me toca e me olha, pequena, bonita
a pele branca ficando vermelha
seu corpo perfeito se estica
no infinito de nossa cor favorita
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ainda sobre a essência de mudar
trair é meu nome do meio
traio poetas por ser administrador de empresas
traio administradores por fazer poemas bons
traio poemas bons escrevendo poemas ruins
traio Nietzsche por julgar poemas
me julgo e me condeno
mas amanhã já me solto
por bom comportamento
estado de violenta emoção quando do ato
e outros atenuantes
(mas aí fico trancado em casa mesmo
cansado de mim)
trago no meio do caminho
e no fim do nome
a palavra rocha
como promessa falsa:
- nenhuma palavra me é sólida
traio poetas por ser administrador de empresas
traio administradores por fazer poemas bons
traio poemas bons escrevendo poemas ruins
traio Nietzsche por julgar poemas
me julgo e me condeno
mas amanhã já me solto
por bom comportamento
estado de violenta emoção quando do ato
e outros atenuantes
(mas aí fico trancado em casa mesmo
cansado de mim)
trago no meio do caminho
e no fim do nome
a palavra rocha
como promessa falsa:
- nenhuma palavra me é sólida
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13/08/2013
sem escolha
danço apenas com a poesia
por inícios breves
por longos fins
danço apenas com a poesia
chovem demônios
queimam serafins
danço apenas com a poesia
no grande salão sem orquestra
da ausência em mim
por inícios breves
por longos fins
danço apenas com a poesia
chovem demônios
queimam serafins
danço apenas com a poesia
no grande salão sem orquestra
da ausência em mim
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inesperado
quero casar
e ter
livros
e ter
livros

cores futuras
forçosamente fecho
a caixa do passado no plexo
imagino um mundo vazio
um caminho em branco
nada complexo
eu diferente
recomeço novamente
em verso livre
passo a passo
sob o céu do universo
a caixa do passado no plexo
imagino um mundo vazio
um caminho em branco
nada complexo
eu diferente
recomeço novamente
em verso livre
passo a passo
sob o céu do universo

12/08/2013
ninho
horror de caminhos errados
gélidos
todos os meus descaminhos
em desalinho noturno
preto no branco
a balança
de minhas perdas:
lança cravada
em meus ganhos
sonhos quebrados
sem ponteiros
cansado do peso da leveza
meto a mão na massa
de novo
porque nenhuma planta germina
sem água
e nenhuma relação termina
sem mágoa
mas a esperança é verde
a esperança é ver-te
na casa pronta
sem armas
sem trancas
sem quereres
um lençol ao vento lá fora
ao sol de mim
nós leves
gélidos
todos os meus descaminhos
em desalinho noturno
preto no branco
a balança
de minhas perdas:
lança cravada
em meus ganhos
sonhos quebrados
sem ponteiros
cansado do peso da leveza
meto a mão na massa
de novo
porque nenhuma planta germina
sem água
e nenhuma relação termina
sem mágoa
mas a esperança é verde
a esperança é ver-te
na casa pronta
sem armas
sem trancas
sem quereres
um lençol ao vento lá fora
ao sol de mim
nós leves
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você sente mais a pétala ou o espinho?
os lábios dela em outra boca.
*
tremer de sangue e de frio
testo meu sentir
até virar sensação física
sentir algo não fingido, não inventado, não racionalizado
sentir tremendo algo tremendo
em toda a sua pele
apertando o rosto
o estômago
sem se contaminar com palavras
com a mente, que mente continuamente
ah, um sentimento verdadeiro, ao menos
*
e se for só aquela rosa?
e se forçar aquela rosa?
*
vejo o sangue
em todas as pessoas
sangue e guerra
relações?
torturar o que não está
nos seus padrões?
torturar com arte
torturas por partes
relações?
*
vejo uma gostosa comendo alface
e pela primeira vez na vida penso do fundo da alma:
foda-se
- foda-se a gostosa, a alface, o amor livre, OSHO, o 910, o Papa e a paz mundial!
com sinceridade de cão
com realismo budista:
f o d a - s e
*
nojo de ser poeta
nojo de ser humano
de viver em guerra
amando ou não amando
rio do amor livre
com o corpo tremendo de frio
sem ter onde me enxugar
*
mas é isso
boa noite e boa sorte
boa páscoa
bom natal
(sorriso)
vou trabalhar vazio
e voltar pra casa vazia
e não falar disso
com a psicoterapeuta capitalista
que mandei pastar
*
(não há nenhum jeito que não seja horrível)
*
que vida fácil a dos canalhas
*
tenho retraído tanto as garras
que já nem sinto as mãos
*
atenção
em breve vão morrer os poucos que restaram, Fabio:
será você e a noite:
ninguém por perto para ouvir seu grito
*
tremer de sangue e de frio
testo meu sentir
até virar sensação física
sentir algo não fingido, não inventado, não racionalizado
sentir tremendo algo tremendo
em toda a sua pele
apertando o rosto
o estômago
sem se contaminar com palavras
com a mente, que mente continuamente
ah, um sentimento verdadeiro, ao menos
*
e se for só aquela rosa?
e se forçar aquela rosa?
*
vejo o sangue
em todas as pessoas
sangue e guerra
relações?
torturar o que não está
nos seus padrões?
torturar com arte
torturas por partes
relações?
*
vejo uma gostosa comendo alface
e pela primeira vez na vida penso do fundo da alma:
foda-se
- foda-se a gostosa, a alface, o amor livre, OSHO, o 910, o Papa e a paz mundial!
com sinceridade de cão
com realismo budista:
f o d a - s e
*
nojo de ser poeta
nojo de ser humano
de viver em guerra
amando ou não amando
rio do amor livre
com o corpo tremendo de frio
sem ter onde me enxugar
*
mas é isso
boa noite e boa sorte
boa páscoa
bom natal
(sorriso)
vou trabalhar vazio
e voltar pra casa vazia
e não falar disso
com a psicoterapeuta capitalista
que mandei pastar
*
(não há nenhum jeito que não seja horrível)
*
que vida fácil a dos canalhas
*
tenho retraído tanto as garras
que já nem sinto as mãos
*
atenção
em breve vão morrer os poucos que restaram, Fabio:
será você e a noite:
ninguém por perto para ouvir seu grito
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11/08/2013
plataforma
cuidado com o vão
entre a mente
e o coração
entre a mente
e o coração
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pai dos dias
meu pai lia
histórias de luz
nas noites negras:
me fez escritor
histórias de luz
nas noites negras:
me fez escritor

09/08/2013
indefinição
a ternura
é um desconexo
entre o amor
e o sexo
é um desconexo
entre o amor
e o sexo

uma morte rápida
não sei como colocar este estado
num poema bom
mas tenho fome:
ainda me lembro consternado
da forma excêntrica
como você cortava o pão
num poema bom
mas tenho fome:
ainda me lembro consternado
da forma excêntrica
como você cortava o pão
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02/08/2013
a um desenho
Para Tayra
me elevo em azul criança
porque cada palavra perfeita tua
tatua leveza
na minha esperança
conforme nos percebemos mais
mais alt(o) ar
em nossa dança
sagrada e leve
ah, menina
Voo contigo
sem nunca te soltar
me elevo em azul criança
porque cada palavra perfeita tua
tatua leveza
na minha esperança
conforme nos percebemos mais
mais alt(o) ar
em nossa dança
sagrada e leve
ah, menina
Voo contigo
sem nunca te soltar
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Imagem: Duy Huynh |
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voar

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