não imitar o pássaro zangado
brigando contra sua própria imagem
no vidro do carro parado
30/09/2013
zazen

sem reclamar
objetos mortos
em gavetas de poemas tortos
tranco sem digitar
espanto mansamente
sujeitos muito futuros
e mosquitos
sento na varanda
pra não esperar
em gavetas de poemas tortos
tranco sem digitar
espanto mansamente
sujeitos muito futuros
e mosquitos
sento na varanda
pra não esperar
![]() |
imagem: Anthropomorphic Cabinet -1936 - Salvador Dali |

29/09/2013
retorno ao eixo
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26/09/2013
incisivo
às vezes é preciso
não uma nova página
mas um novo livro
não uma nova página
mas um novo livro

25/09/2013
orgulho tempestades

24/09/2013
sem nunca mais soltar
quando paro
lentamente
me enraízo
na tristeza
mas me arranco
(ficam partes)
corro por bocas e artes
e quando parece impossível
salto alto
até voar a minha infância
(tão raros
meu sorrisos
verdadeiros...)
abraçado ao teu ar
não há ânsia
de sair
não há mundo abaixo
o peito em pedaços relaxa sem cobranças
e as ruas, os sons, as noites
passam
a vontade total de minha mão
é fixar-se à tua pele
profundo e pra sempre
lentamente
me enraízo
na tristeza
mas me arranco
(ficam partes)
corro por bocas e artes
e quando parece impossível
salto alto
até voar a minha infância
(tão raros
meu sorrisos
verdadeiros...)
abraçado ao teu ar
não há ânsia
de sair
não há mundo abaixo
o peito em pedaços relaxa sem cobranças
e as ruas, os sons, as noites
passam
a vontade total de minha mão
é fixar-se à tua pele
profundo e pra sempre

23/09/2013
tanta gente ferida se ferindo
o casal caminha ao sol.
ela:
- você quer é mulher novinha, pele toda esticadinha, corpinho malhado.
ele:
- não é isso o que busco.
ela não parece crer.
ele parece saber o que dizer.
e seguem juntos, no mesmo passo...
olho o mundo mesmo em toda direção.
vou mudo mesmo.
(eu mesmo, mudo?)
ela:
- você quer é mulher novinha, pele toda esticadinha, corpinho malhado.
ele:
- não é isso o que busco.
ela não parece crer.
ele parece saber o que dizer.
e seguem juntos, no mesmo passo...
olho o mundo mesmo em toda direção.
vou mudo mesmo.
(eu mesmo, mudo?)
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21/09/2013
ouvindo lenine
as lavadeiras no rio
lavando a roupa branca
cantando a cobra que vem do fundo
as lavadeiras
de pé na pedra
olhando a cobra
movem o mundo
lavando a roupa branca
cantando a cobra que vem do fundo
as lavadeiras
de pé na pedra
olhando a cobra
movem o mundo

aprendes a certa hora
o amor é como o agora:
não há nada
fora
OBS.: Uma das inspirações, trecho de Fernando Pessoa:
não há nada
fora
OBS.: Uma das inspirações, trecho de Fernando Pessoa:
Segue o teu destino,
Rega as tuas plantas,
Ama as tuas rosas.
O resto é a sombra
De árvores alheias.

20/09/2013
recomeço
me deito ao lado do rio
passaram as nuvens de asfalto
a paz
é uma borboleta
que eu (e apenas eu) assobio
passaram as nuvens de asfalto
a paz
é uma borboleta
que eu (e apenas eu) assobio

os mesmos
ela não superou o ciúme
eu não superei a raiva
(mas nota-se alguma melhora)
ela não me superou
eu não a superei
(mas vamos embora)
palavras de efeito à parte
seguimos os mesmos defeitos
(mas fizemos o melhor que podíamos)
eu não superei a raiva
(mas nota-se alguma melhora)
ela não me superou
eu não a superei
(mas vamos embora)
palavras de efeito à parte
seguimos os mesmos defeitos
(mas fizemos o melhor que podíamos)

19/09/2013
alegria
hoje tenho alergia a poesia
mas tento manter a sanidade
a cada tecla fria
- bom dia
- bom dia
cá dentro, uma ave morre
e nenhuma palavra me socorre
fui no RH adiantar férias:
não pode de forma alguma
na mesa da menina tinham fotos
na minha, nenhuma
mas tento manter a sanidade
a cada tecla fria
- bom dia
- bom dia
cá dentro, uma ave morre
e nenhuma palavra me socorre
fui no RH adiantar férias:
não pode de forma alguma
na mesa da menina tinham fotos
na minha, nenhuma
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18/09/2013
teoria psicanalítica da libido
Para Talita
em horas distraídas
(atos falhos, sonhos lúcidos)
lembro de teus beijos longos
psicóloga
inesperadamente
vagarosamente
essa mente
aceita a cura
em horas distraídas
(atos falhos, sonhos lúcidos)
lembro de teus beijos longos
psicóloga
inesperadamente
vagarosamente
essa mente
aceita a cura

15/09/2013
rock
uma prancha no ar
voando pra fora do mesmo
casas planetas estrelas
tudo é menor
que a estrada enorme
uma canção devora o seu nome
e minha paz dorme
voando pra fora do mesmo
casas planetas estrelas
tudo é menor
que a estrada enorme
uma canção devora o seu nome
e minha paz dorme
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infinito crepuscular
restou o vapor de seus cabelos
negros
nos cantos da lembrança
na casa toda branca
não há mais nenhum deles
formando curvas, retas, vogais
o lume do dia se esvai
e não sei se é melhor ou pior
não lembrar mais do seu perfume
negros
nos cantos da lembrança
na casa toda branca
não há mais nenhum deles
formando curvas, retas, vogais
o lume do dia se esvai
e não sei se é melhor ou pior
não lembrar mais do seu perfume
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tabacaria revisitada
"escravos cardíacos das estrelas"
a nossos peitos não basta nem o céu
nem a altura dos astros satisfaz nossos ouvidos
somos ganância e dentes
quereres vontades misérias
distantes, muito distantes
mas o dono da tabacaria sorriu
e a fumaça do poema
pouco a pouco preencheu o vazio
a nossos peitos não basta nem o céu
nem a altura dos astros satisfaz nossos ouvidos
somos ganância e dentes
quereres vontades misérias
distantes, muito distantes
mas o dono da tabacaria sorriu
e a fumaça do poema
pouco a pouco preencheu o vazio
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a falta da pantera
acordo no meio da noite
o meio da corda partido
agora me prende ao teu norte:
a morte sonha comigo
o meio da corda partido
agora me prende ao teu norte:
a morte sonha comigo

14/09/2013
berimbau
falar de voo é fácil:
sair de dentro de si
é o primeiro passo
sair de dentro de si
é o primeiro passo

entressafra
será preciso o precipício
a pressa do passo pra cima
a longa dor do tombo?
será precária
a paz dos vales
o calor sem chama?
- sentir é impreciso
a pressa do passo pra cima
a longa dor do tombo?
será precária
a paz dos vales
o calor sem chama?
- sentir é impreciso
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deserto e pó
o caminho de asa
é a volta pra casa
não o voo pro nada
mas seus pés no chão com espinhos
são mais fortes que a minha canção:
você venta a estrada
e não há nada (sem estrada)
que nenhum herói possa crescer
não há nada a fazer
exceto eu desistir da sede
e você, aí, calada, ler
é a volta pra casa
não o voo pro nada
mas seus pés no chão com espinhos
são mais fortes que a minha canção:
você venta a estrada
e não há nada (sem estrada)
que nenhum herói possa crescer
não há nada a fazer
exceto eu desistir da sede
e você, aí, calada, ler

12/09/2013
cuidado
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num mundo doente
disse pra psicanalista:
- está tudo bem. sem problemas. eu pensava demais.
e ela:
- por que você acha que falou isso justo agora?
- está tudo bem. sem problemas. eu pensava demais.
e ela:
- por que você acha que falou isso justo agora?
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10/09/2013
verbo esperar
espero agora
o agora chegar
pode faltar pouco
ou minha vida inteira
enquanto isso
o besouro que li em Bukowski
se espalha em tudo que olho
negro e múltiplo
o agora chegar
pode faltar pouco
ou minha vida inteira
enquanto isso
o besouro que li em Bukowski
se espalha em tudo que olho
negro e múltiplo
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09/09/2013
G1
entendo o artista que se matou
quando leio os comentários dos leitores
na notícia de sua morte
quando leio os comentários dos leitores
na notícia de sua morte
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depois da emoção da corrida
toda vez faz frio
então solto os cavalos
(como se fosse uma grande coisa soltá-los)
e me perco nos campos vazios
então solto os cavalos
(como se fosse uma grande coisa soltá-los)
e me perco nos campos vazios
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08/09/2013
manhãs sem luz em apartamentos não incendiados
todos dormem menos eu
no vasto
o som do sábado é o do tempo se perdendo
a vitrola que não tenho toca silêncio
sonho com baobás e passados
caminhões fazem trânsito lá no fora
carros
sempre muitos
sempre indo e vindo
e o mundo esta merda
e eu preso à falta e a mim
(atchim)
leio um poeta aleatório
jogo videogame
como dois pães e chocolate
nada adianta
nada
nada consegue a mínima marola
no oceano de areia do tempo
todos dormem
longe
(espero e espirro)
o peito teima em mostrar que existe
sem enfartar, porém
pulsa suas derrotas todas
(as mesmas de sempre)
sigo sem aprender absolutamente:
alianças no lixo
e mais armários e gavetas
que não abro
sigo sem aprender:
não tenho condições
de começar nada
exceto - talvez - um poema inexato
no vasto
o som do sábado é o do tempo se perdendo
a vitrola que não tenho toca silêncio
sonho com baobás e passados
caminhões fazem trânsito lá no fora
carros
sempre muitos
sempre indo e vindo
e o mundo esta merda
e eu preso à falta e a mim
(atchim)
leio um poeta aleatório
jogo videogame
como dois pães e chocolate
nada adianta
nada
nada consegue a mínima marola
no oceano de areia do tempo
todos dormem
longe
(espero e espirro)
o peito teima em mostrar que existe
sem enfartar, porém
pulsa suas derrotas todas
(as mesmas de sempre)
sigo sem aprender absolutamente:
alianças no lixo
e mais armários e gavetas
que não abro
sigo sem aprender:
não tenho condições
de começar nada
exceto - talvez - um poema inexato
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06/09/2013
entre parênteses
enquanto tu te calas
falo de minhas asas
para acreditá-las
falo de minhas asas
para acreditá-las

free bird
Para Tayra
tenho andado azul
sem calma
mudo
armado
com escudo na alma
e o corpo desnudo
tenho calado fundo
tenho pesado o mundo
no entanto
ela chega hoje
vem de longe, do espelho, de além da idade
e do tempo
ela é acalento:
beija em vermelho
preparo a casa toda
pra felicidade
tenho andado azul
sem calma
mudo
armado
com escudo na alma
e o corpo desnudo
tenho calado fundo
tenho pesado o mundo
no entanto
ela chega hoje
vem de longe, do espelho, de além da idade
e do tempo
ela é acalento:
beija em vermelho
preparo a casa toda
pra felicidade

04/09/2013
a leveza não virá
a leveza é aceitar
a leveza que se foi
a leveza que chegar
a leveza que se foi
a leveza que chegar

03/09/2013
e você não lê
não nos enganemos:
ex-amantes
são pessoas piores
do que antes
quebrados
descrentes
dentes de dor
numa boca doente
mastigando o rosto do tempo
(vitórias, conquistas infindas)
sem sentir gosto de vida
desconfiando ainda mais,
menos ainda confiáveis
erguendo muros
ainda mais fechados
como poetas
que escrevem apagado
ex-amantes
são pessoas piores
do que antes
quebrados
descrentes
dentes de dor
numa boca doente
mastigando o rosto do tempo
(vitórias, conquistas infindas)
sem sentir gosto de vida
desconfiando ainda mais,
menos ainda confiáveis
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01/09/2013
grandes lábios
enquanto a leveza não vem
vou limpar a sua boca suja
com a minha língua
vou limpar a sua boca suja
com a minha língua
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corpo
trotamos por cômodos
incomodados desejando
sendo nós
carne, músculos e ossos
e sangue
inaudivelmente sangue
sangue com sede
de sexo, amor e sangue
incomodados desejando
sendo nós
carne, músculos e ossos
e sangue
inaudivelmente sangue
sangue com sede
de sexo, amor e sangue
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ganância
o sol ilumina meu frio
olho o mundo com olhos sem brio
redondos e amarelos
de amar ela
com ânsia de perto
por elos de distância
olho o mundo com olhos sem brio
redondos e amarelos
de amar ela
com ânsia de perto
por elos de distância

maldito
tudo longe
adio viver
pra quando tudo estiver perto
(odeio de forma mais branda)
por enquanto
sem quando
vou de mão dada
com o não dito
adio viver
pra quando tudo estiver perto
(odeio de forma mais branda)
por enquanto
sem quando
vou de mão dada
com o não dito
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