o som de passar
manteiga na torrada
acorda a revoada
(imaginária)
do passado mar
essa capacidade de ouvir
(presente)
carinho no silêncio
e bem-querer no odiar,
essa cumplicidade de doar
sem doer
nem se perder,
há?
*
meu pai
minha mãe
quaisquer casais depois do depois
pergunto:
há ainda Dois?
*
na minha infância
os aviões falavam
tinham rosto
agora
look as faces
sem Vôo
sem ela
não relaxo antes de dormir
e acordo tenso
cuspindo sustenidos ais
pelas janelas sem ouvidos
(mas meus pais
ainda me amam
com aquele olhar)
amodores aumentam
os ombros o corpo o tempo
percorrido na trajetória
de meus passos de dança fugaz:
2 pra frente, 2 pra trás
Nenhum comentário:
Postar um comentário