o super-herói borderline passou por infinitos médicos
psicólogos psicanalistas psiquiatras
que não o trataram como eboidofrênico
mas não desistiu de melhorar
(nunca foi deste mundo)
o super-herói borderline lutou contra inimigos que não havia
destruindo relações antigas com o grito de sua super-raiva
criando depois superarrependimentos
mas não desistiu de se perdoar
(nem de recomeçar)
o super-herói borderline é imediatista e antissocial
se irrita com atrasos
e coisas fora do planejado (esquizofrenia latente ou pseudoneurótica)
oito vezes mais do que uma pessoa comum
(e sente o perigo até onde não há)
o super-herói borderline extrai do vazio
no meio do seu peito
no meio de sua vida
sua facilidade para fazer arte
(e acalmar o trem fantasma difuso e destrutivo de si mesmo)
o super-herói borderline teme demais perder as companhias relevantes
se acha o máximo
e se acha o mínimo
em intervalos super variantes quase psicóticos
(além das bordas da suportabilidade em todos os multiversos)
o super-herói borderline não sabe o que sente
não sente o que sabe
não sente o que sente
não sabe o que sabe
além de dor e ódio
mas pode ouvir vozes delirantes
(herança transgeracional de super poderes descontrolados)
das instituições, grupos, cursos, delimitações e outros padrões:
estou fora - estou dentro
estou fora - estou dentro
estou fora - estou dentro
estou fora - estou dentro
estou fora e estou dentro ao mesmo tempo!
larguei: me arrependo
o falso-self do super-herói borderline
contesta toda figura de autoridade
se une com todos os seus defeitos
e segue instável, impulsivo e intenso no seu esforço dissociado
de todos os dias levantar da cama sem bordas
(corpo sem bordas casa sem bordas país sem bordas)
e tentar salvar-se do mundo
- Leia também: meu artigo sobre Borderline
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