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Escritor, psicanalista e poeta nascido no Rio de Janeiro em 1976. Considerado um dos poetas brasileiros mais representativos da década de 2000 na antologia Roteiro da Poesia Brasileira (Global, 2009), é autor de vários livros publicados gratuitamente em seu blog, cujos melhores poemas foram reunidos em A Magia da Poesia (Papel&Virtual, 2000), Corte (Ibis Libris, 2004), rio raso (Patuá, 2014) e o budismo e o tinder (Multifoco, 2020). Mantém o bem sucedido site “A Magia da Poesia”, que teve mais de um milhão de acessos em 2012, onde divulga a obra de grandes poetas. Seus poemas já foram selecionados para livros escolares, traduzidos para o russo e publicados em diversas revistas literárias.

16/05/2018

sinto cynthia

a noite vem vagarosa e gosto de ligar apenas a luz amarelada do abajur na sala agora ampla. por mais que a luz branca seja mais econômica, prefiro o momento dourado de amar o presente. a estátua do altar reflete o mesmo tom das velas.

noto que eu só escrevo porque ela existe, lê meus livros antigos, divide músicas românticas, enche minha vida com os corações desenhados em vermelho no primário. ela tem as mãos pequenas e o coração grande. a pele branca e os cabelos negros. ela é poeta de voz e violão. e ela vem.

minha inteireza construída na sensação de ninho, de casa, que só as conexões mais raras fazem brotar em mim. nem a poesia, nem freud, nem nietzsche me ajudam na escolha das palavras certas. mas a sensação fica. tão boa que prolongo nas palavras simples. nas coisas simples cada vez mais raras. tipo ela vir tão rápido e tão certo a ponto de me tocar a perenidade mais íntima com cada letra da palavra cynthia.



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