14/06/2017

o poema de carol

o poema de carol
quer repetir infinitas vezes
o nome de carol

fonemas vermelhos (sem pare)
prolongando crepúsculos a dois
até a ponta destes cabelos
até que a sorte nos separe

coros de gemidos
comigo perdido entre o fogo do seu pelo
o branco nu da pele
e a suavidade dos seios

o poema de carol
quer afirmar carol, reter carol, parar carol
no meu tempo
no meu fascínio
no meu desejo vivo iluminando além das palavras

quer parar tudo
dentro daqueles braços leves de escultura
e findar todo o mundo em mármore
(na paz do teu corpo fino)

o  poema de carol não tem jeito:
está preso como o piercing
perto da boca de fruta
dentro do sonho do nariz perfeito

o poema de carol
tem que falar das orelhas pequeninas
das mãos de menina
da voz de aconchego
do beijo doce

carol é palavra que queima
sem se ver
ferida que acelera o peito
para dentro da noite
(e por todo o dia se sente)

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