- Fabio Rocha
- Escritor, psicanalista e poeta nascido no Rio de Janeiro em 1976. Considerado um dos poetas brasileiros mais representativos da década de 2000 na antologia Roteiro da Poesia Brasileira (Global, 2009), é autor de vários livros publicados gratuitamente em seu blog, cujos melhores poemas foram reunidos em A Magia da Poesia (Papel&Virtual, 2000), Corte (Ibis Libris, 2004), rio raso (Patuá, 2014) e o budismo e o tinder (Multifoco, 2020). Mantém o bem sucedido site “A Magia da Poesia”, que teve mais de um milhão de acessos em 2012, onde divulga a obra de grandes poetas. Seus poemas já foram selecionados para livros escolares, traduzidos para o russo e publicados em diversas revistas literárias.
04/02/2017
la la land
no início parece que vai ser só mais um musical chato, com pessoas cantando do nada, mas melhora muito. lembra o que é cinema, explora as múltiplas possibilidades dessa arte, vai bem além do filme raso, simplório, previsível, padrão de sucesso e de bilheteria. mostra o amor em sutilezas e cheio de verdade. não como o sonho colorido do final feliz, história de príncipes encantados da disney... mostra o amor como o encontro possível, cheio de apesares, momentos errados, planos de vida que bifurcam etc. pé no chão, mas cantado com o coração. pensando bem, graças a esses amores, "dando certo" ou "dando errado" construímos nossas lembranças doces, boa parte de nossa visão de mundo, objetivos e sonhos. não só os amores românticos... quando a luz diminui e a personagem canta a história de sua tia, por exemplo, é maravilhoso ver o poder de um bom encontro (ela e a tia, no caso). uma forma sublime de valorizar os artistas e outsiders que ousam ir além de uma normalidade doente e nos inspiram a fazer o mesmo. os bons encontros nos fazem sorrir pra sempre ao ver ou lembrar um do outro, sem precisar de palavras (que tendem a estragar tudo). agora vai ser assim quando eu pensar em musicais (que tendo a detestar): sorrirei internamente lembrando de la la land (e de moulin rouge) e de como eu me senti cantando junto, o peito querendo explodir, sentado imóvel e silencioso numa sala escura.
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