- Fabio Rocha
- Escritor, psicanalista e poeta nascido no Rio de Janeiro em 1976. Considerado um dos poetas brasileiros mais representativos da década de 2000 na antologia Roteiro da Poesia Brasileira (Global, 2009), é autor de vários livros publicados gratuitamente em seu blog, cujos melhores poemas foram reunidos em A Magia da Poesia (Papel&Virtual, 2000), Corte (Ibis Libris, 2004), rio raso (Patuá, 2014) e o budismo e o tinder (Multifoco, 2020). Mantém o bem sucedido site “A Magia da Poesia”, que teve mais de um milhão de acessos em 2012, onde divulga a obra de grandes poetas. Seus poemas já foram selecionados para livros escolares, traduzidos para o russo e publicados em diversas revistas literárias.
24/06/2016
cybermuse
saímos do facebook, abrimos o skype. ela ainda tem o mesmo sorriso. eu quero amanhecer no ventre de sua branca maciez, mas calo meu desejo absurdo. ela pega o violão sempre afinado e canta o canto mais lindo já cantado. sem exagero. escolhe músicas para enfrentar a madrugada, muito mais antigas do que seus dezoito anos bem vividos. legião. adriana. zélia. elis. raul. cazuza. cássia. falo do meu calor, tímido. ela pede para eu pedir. peço. ela mostra - devagar - a felicidade. digita rápido. tem frente e verso. mostra e esconde, tudo rosa, tudo branco, se inclina e rima. dança, solta. assim, atravessamos a noite longa. depois do gozo, sobe a calcinha branca e liga caetano. ela quer um cigarro. não há. o indizível começa a tomar corpo em meus poemas nascentes. meus olhos fatigados percebem a perfeição fugaz do instante. ela boceja, filosofando sobre autoconhecimento, desconfiando que eu não estou aqui e ela não está lá... talvez com alguma culpa pelas três horas loucas que passamos. mas foi tudo virtual. pede para eu escrever sobre ela, sobre nós. sorrio. sempre queremos algo além, sempre há algo a ser construído que depois será destruído. vamos dormir junto, separados, com um carinho enorme nos olhos. escrevo o que ela queria.
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