meses depois
ainda com mãos em terremoto
e excesso de coração
dentro do escombro
abaixo do ombro
nada
absolutamente nada
pacificou a ilusão separada
de um peito
carne
sangue
e raiva
(minha)
as unhas pretas adivinham
a inutilidade de investigações
detalhes
inquéritos
piscinas
desculpo os políticos
os hemofílicos
os artísticos
pois chove
todas as provas
apontam o mesmo culpado:
o mesmo caminho
errado
onde ecoam agora
os gritos vãos
de nossos antepassados?
quem percebe a diferença
entre a pedra e a tartaruga?
onde a noite esconde estrelas
há faróis cada vez mais visíveis
longe do estéril turbilhão das ruas
você lento e curvo vai
mas
você ainda olha
pra trás
(e se perde)
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