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Escritor, psicanalista e poeta nascido no Rio de Janeiro em 1976. Considerado um dos poetas brasileiros mais representativos da década de 2000 na antologia Roteiro da Poesia Brasileira (Global, 2009), é autor de vários livros publicados gratuitamente em seu blog, cujos melhores poemas foram reunidos em A Magia da Poesia (Papel&Virtual, 2000), Corte (Ibis Libris, 2004), rio raso (Patuá, 2014) e o budismo e o tinder (Multifoco, 2020). Mantém o bem sucedido site “A Magia da Poesia”, que teve mais de um milhão de acessos em 2012, onde divulga a obra de grandes poetas. Seus poemas já foram selecionados para livros escolares, traduzidos para o russo e publicados em diversas revistas literárias.

07/02/2014

emergência

apressem as paixões!
abram alas!
quebrem relógios!

estão contaminadas por distâncias
minhas paixões
e por lógica

elas - e apenas elas
podem me salvar

a sua tinta linda
cor de alvorada
já desbota

por favor
tenho pressa pressa pressa pressa pressa

peço:
abram os sinais
quebrem as pedras
dancem as árvores
pra que as minhas paixões venham voando
pra dentro do possível

Um comentário:

  1. AMOR FEINHO

    Eu quero amor feinho.
    Amor feinho não olha um pro outro.
    Uma vez encontrado é igual fé,
    não teologa mais.
    Duro de forte o amor feinho é magro, doido por sexo
    e filhos tem os quantos haja.
    Tudo que não fala, faz.
    Planta beijo de três cores ao redor da casa
    e saudade roxa e branca,
    da comum e da dobrada.
    Amor feinho é bom porque não fica velho.
    Cuida do essencial; o que brilha nos olhos é o que é:
    eu sou homem você é mulher.
    Amor feinho não tem ilusão,
    o que ele tem é esperança:
    eu quero um amor feinho.

    ( poema de Adélia Prado )
    (Do livro Bagagem. Rio de Janeiro: Record, 2011. p. 97)

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