sorvo um rio
de novos amores
cheio de lágrimas
que não choraremos
ah, o amor, o amor:
quando é, não falo
quando falo, não é
se perco, não calo
(sinto em todo o pé)
me convenço
e perco o rumo
me caminho
e perco a fé
ouço músicas que me piorem
não estou pronto
nunca estarei pronto
nunca estive pronto
mas insisto
insisto pelo alívio breve
difícil
distante:
esquecer
que a cada instante
a noite aperta este plexo cansado
(por isso também escrevo)
assim todos os artistas
bons que conheço
caminham curvados
como se seus ombros côncavos
e suas cabeças inclinadas
pudessem proteger sua falta
- Fabio Rocha
- Escritor, psicanalista e poeta nascido no Rio de Janeiro em 1976. Considerado um dos poetas brasileiros mais representativos da década de 2000 na antologia Roteiro da Poesia Brasileira (Global, 2009), é autor de vários livros publicados gratuitamente em seu blog, cujos melhores poemas foram reunidos em A Magia da Poesia (Papel&Virtual, 2000), Corte (Ibis Libris, 2004), rio raso (Patuá, 2014) e o budismo e o tinder (Multifoco, 2020). Mantém o bem sucedido site “A Magia da Poesia”, que teve mais de um milhão de acessos em 2012, onde divulga a obra de grandes poetas. Seus poemas já foram selecionados para livros escolares, traduzidos para o russo e publicados em diversas revistas literárias.
oi F[abio gosto demia das suas poesias e das que vocë nos oferece. Obrigda smepre. Sonia Maria Goes
ResponderExcluirObrigado!
ExcluirNunca fique pronto! è da inconstancia das ondas que nasce a beleza do mar!
ResponderExcluirComentário inspirado, meu chapa!
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