23/04/2017

Telas - Meditar é resistir

Você lembra quando foi a última vez em que passou o dia todo sem olhar uma tela? Tenho percebido em mim mesmo e nos outros, dentro da perversa normalidade, uma quantidade de tempo gasto olhando telas cada vez maior enquanto diminui nosso tempo em contato pessoal, próximo, com atenção, olho no olho. Pela facilidade, substituímos um papo com amigos por likes nas redes sociais e seguimos carentes. Gastamos o dia todo vendo recomendações de amigos nas redes sociais em fotos, vídeos ou textos em vez de estar juntos em carne e osso com esses amigos. Lentamente vamos deixando este movimento nos levar. E ele não pode ser benéfico, se pensarmos bem.

A gente já acorda com o celular cheio de mensagens e não resiste a olhar... Se estamos num show, nos desligamos do show para criar um vídeo para as redes sociais, pois a sociedade do espetáculo valoriza mais o mostrar a experiência aos outros do que a experiência em si e embarcamos nessa... Até no cinema não aguentamos mais ver um filme inteiro sem checar o celular. Os livros em papel então, esses objetos antigos, parecem cada vez mais impossíveis de se ler, longos demais para alguém com um celular à mão com um próximo grande amor que pode ter respondido no Tinder.

Estamos treinando nossa mente em não conseguir se concentrar, em ser mais ansiosa, em estar menos presente no agora. Menos satisfeita. Mais agitada, distraída... A resistência pode começar em tornar estes hábitos mais conscientes, evitá-los racionalmente, priorizar nosso tempo para ficar longe de telas. Outro aliado é meditar, mesmo que sejam apenas poucos minutos por dia, com uma certa constância, pode se tornar um hábito muito benéfico no meio de tantos hábitos que só pioram nossa qualidade de vida, algo como uma âncora nos prendendo ao momento presente neste mar de confusão que criamos para nós mesmos.

2 comentários:

  1. Anônimo23/4/17

    Fábio adorei teu artigo.Parabéns pela homenagem.Você merece.
    Abraços.
    Suely Braga

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  2. Eu desliguei a TVzinha da tomada em 2011, foi o maior dos vícios que me curei..., tenho hj só esta telinha com um pré pra não ter tantos megas, e tenho muitos livros de papel mesmo chorando pelas arvores, mas eles substituem os amigos vazios que infelizmente só tenho-os guardados no peito pra nao correr o risco em deleta-los de vez pela inutilidade!

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