temos ajuda
mas em essência
nascemos sozinhos
morremos sozinhos
e nos iluminamos sozinhos
numa realidade ainda mais real
nunca nascemos
nunca morremos
estivemos sempre iluminados
e nunca sozinhos
olho as nuvens
e as gaivotas
no mar da janela
a mente dança conceitos
observações
poemas
dizeres
dores
afazeres
amores
mas o observador segue sem dançar
aí está:
observar o observador
com estabilidade e paciência
além de dentro e fora
além de tempo e espaço
além de existência e inexistência
- Fabio Rocha
- Escritor, psicanalista e poeta nascido no Rio de Janeiro em 1976. Considerado um dos poetas brasileiros mais representativos da década de 2000 na antologia Roteiro da Poesia Brasileira (Global, 2009), é autor de vários livros publicados gratuitamente em seu blog, cujos melhores poemas foram reunidos em A Magia da Poesia (Papel&Virtual, 2000), Corte (Ibis Libris, 2004), rio raso (Patuá, 2014) e o budismo e o tinder (Multifoco, 2020). Mantém o bem sucedido site “A Magia da Poesia”, que teve mais de um milhão de acessos em 2012, onde divulga a obra de grandes poetas. Seus poemas já foram selecionados para livros escolares, traduzidos para o russo e publicados em diversas revistas literárias.
01/07/2017
que essas gaivotas possam voltar em vidas humanas preciosas
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prajnaparamita
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para sempre,
ResponderExcluirsempre fora,
fora pra sempre alguém que ora,
e olhando se enamora
da gaivota que lá fora
olhando o por do sol, devora
cada ave que voa, por ora,
Adora.
voa sozinha, mas é apenas o reflexo da solidão
que não estar sozinho é o destino de toda ave que deixa seu ninho.
estar aqui agora,
estar dentro e fora.
Évora
é longe, é distante, existe.
Consiste em alguém que resiste,
Observa a gaivota que voa,
Observa e é você,
Sozinho na janela a contemplar.