24/01/2016

mariele

o precipício da fome
que tira o sono
logo ao lado do suicídio
perto também do poema

vizinhos

os ponteiros afiados dos relógios
me mordem me coçam
mosquitos infinitos

adivinho futuros possíveis
plausíveis

tropeço em adiantamentos
distâncias
palavras

cobertos de mágoas
olhamos um pra tela do outro

conseguiremos
ter
cuidado?

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