vivemos numa época
em que nossa pressa
e nossa falta de ética
não permitem que vivamos
nossos próprios sonhos
nem no cinema.
nem no cinema!
eduardo galeano bem diz:
"nos perdemos de tanto buscar"
e buscando nem olhamos
o que deixamos de legado
sem projetos retos de vida
corremos atrás do próprio rabo
(tudo o que vemos)
deixando a lealdade pros cães
só por termos opções
pessoas descartáveis
(consumidores fragmentados)
comendo fragmentos de plástico
afogados na carne dos peixes
não conseguimos ficar meia hora
sem checar o celular apagado
não conseguimos ficar três anos
sem trocar o namorado
e todos olhamos consternados
alguns casais de velhinhos lentos e sãos
dançando um pelo outro - juntinhos
nas bodas que nunca mais celebrarão
- Fabio Rocha
- Escritor, psicanalista e poeta nascido no Rio de Janeiro em 1976. Considerado um dos poetas brasileiros mais representativos da década de 2000 na antologia Roteiro da Poesia Brasileira (Global, 2009), é autor de vários livros publicados gratuitamente em seu blog, cujos melhores poemas foram reunidos em A Magia da Poesia (Papel&Virtual, 2000), Corte (Ibis Libris, 2004), rio raso (Patuá, 2014) e o budismo e o tinder (Multifoco, 2020). Mantém o bem sucedido site “A Magia da Poesia”, que teve mais de um milhão de acessos em 2012, onde divulga a obra de grandes poetas. Seus poemas já foram selecionados para livros escolares, traduzidos para o russo e publicados em diversas revistas literárias.
10/11/2015
ponte aérea (ou um mundo superlotado)
Poesia temática:
amor romântico,
cinema,
crítica social,
ecologia,
ego,
etica,
eu,
poesia,
rima
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Isso. Hoje parece que tudo é efêmero e descartável. Uma pena.
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