Sempre achei que um poema só ganha vida quando vira música. É algo como um grau maior de alcance, de universalidade, de completude. Sou apaixonado por música de qualidade.
Imaginem minha felicidade ao ouvir pela primeira vez o maravilhoso CD "O que não tem fim", de Vital Lima (por enquanto, à venda aqui e aqui no iTunes), com meu poema "crisálida de carne" transformado na segunda faixa (com um violoncelo lindo, de Luciano Correa), abrindo o espaço sideral desse encontro de artes para um infinito muito maior do que a soma das partes. O trabalho de Vital é imenso, intenso e múltiplo. Diferentes tipos de melodias e de letras nos remetem a Ivan Lins, Oswaldo Montenegro, Zeca Baleiro, mas - ao mesmo tempo - totalmente originais... Essa músicas também nos lembram nomes dentro de nossas próprias histórias, que muitas vezes fingimos esquecer, mas continuam lá, no canto mais escuro do céu, apenas esperando a sequência de notas certas pra brilhar mais forte.
Os muitos poemas musicados nas 14 faixas do CD nos fazem questionar como alguém processa tão bem letras quietas no papel em sons de beleza universalmente compreensível.
Apesar de várias parcerias com músicos que tive a sorte de conseguir, é a primeira vez que leio todo bobo os versos do meu poema no meio das letras das músicas de um CD profissional (sensacional). Vinícius que me perdoe.
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