03/03/2014

o sagrado

Para M.

um corpo em formato de ninho

lá fora
sorriem e dançam
nos intervalos de uma vida sem sentido
mas precisam beber para tal

aqui dentro
enquanto meu corpo definha
defino precisão, relaxamento e atenção
a cada respiração
e não me salvo
(mas me deito)
num corpo em tato de ninho

bocas se acham sorrindo

nos intervalos
tento agarrar com letras
um fantasma que sempre escapa

o detalhe entalhado no silêncio:
dentro é fora
fora e dentro

se as perguntas nos movem
todas as respostas
que não nos parem
estão erradas:
está tudo em seu lugar

Um comentário:

  1. perdendo-se
    já não sei mais se as lembranças são uma distorção para o passado ficar suportável, ou uma ilusão para acreditar no futuro.

    ter asas e querer um ninho, é a tradução de amar...

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