sou a floresta que não cabe em mim
(de frente pros jardins dos ricos)
o mato
(muito mais bonito)
aplaude o vento
que lhe balança
somos
som e dança
não delimito com cercas
áreas retangulares
de minha natureza
silencio
leio amplo
o poema-céu
um tiê sangue
cruza o verde azul:
amor cortando meu plexo frio
amor antigo e novo
que todo dia sangra sorrindo
e nasce chorando:
uma flor amarelo profundo
sobre o lixo do mundo
longe, jogam futebol aos berros
passam voando em carros desertos
abrem cancelas lendo jornal...
enquanto a floresta
de cheiros, silêncio e a mais bela dor
caminha lentamente comigo
imagem: Fabio Rocha |
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