confortavelmente sentados
ver idiotas no jornal
ver idiotas na TV
ver idiotas na internet
- Fabio Rocha
- Escritor, psicanalista e poeta nascido no Rio de Janeiro em 1976. Considerado um dos poetas brasileiros mais representativos da década de 2000 na antologia Roteiro da Poesia Brasileira (Global, 2009), é autor de vários livros publicados gratuitamente em seu blog, cujos melhores poemas foram reunidos em A Magia da Poesia (Papel&Virtual, 2000), Corte (Ibis Libris, 2004), rio raso (Patuá, 2014) e o budismo e o tinder (Multifoco, 2020). Mantém o bem sucedido site “A Magia da Poesia”, que teve mais de um milhão de acessos em 2012, onde divulga a obra de grandes poetas. Seus poemas já foram selecionados para livros escolares, traduzidos para o russo e publicados em diversas revistas literárias.
30/07/2018
27/07/2018
total eclipse
o olho se mostra
vermelho e redondo
num céu que se apaga
não há vagas
nas bordas da praia
celulares seguram humanos no vento
na direção do olho amarelo
que se abre lento
vermelho e redondo
num céu que se apaga
não há vagas
nas bordas da praia
celulares seguram humanos no vento
na direção do olho amarelo
que se abre lento
21/07/2018
20/07/2018
11/07/2018
palavras no silêncio
a estátua está bem
a estátua está calma
a estátua está relaxada
a estátua me olha de olhos fechados
a estátua não compara
a estátua está totalmente despreocupada
a estátua não deseja nem não desejar
a estátua repousa sobre um indizível maior
a estátua quase sorri
o espaço cintila pirilampos inexplicáveis
pequenos pontos de luz quase instantâneos
a estátua sabe
eu tento saber menos
mas insisto em racionalizar:
eu e você somos o mesmo - a estátua
a estátua está calma
a estátua está relaxada
a estátua me olha de olhos fechados
a estátua não compara
a estátua está totalmente despreocupada
a estátua não deseja nem não desejar
a estátua repousa sobre um indizível maior
a estátua quase sorri
o espaço cintila pirilampos inexplicáveis
pequenos pontos de luz quase instantâneos
a estátua sabe
eu tento saber menos
mas insisto em racionalizar:
eu e você somos o mesmo - a estátua
08/07/2018
belo belo
a soma dos silêncios das mulheres que amei
me fazem escrever essas linhas
a soma dos silêncios das mulheres que amei
tendem a zero
tendem ao infinito
a soma dos silêncios das mulheres que amei
deixam o vício da memória
relaxar inícios
me fazem escrever essas linhas
a soma dos silêncios das mulheres que amei
tendem a zero
tendem ao infinito
a soma dos silêncios das mulheres que amei
deixam o vício da memória
relaxar inícios
videogame da vida
nascemos e morremos como filhos
nascemos e morremos como pais
nascemos e morremos como nomes
nascemos e morremos sem perceber
o que se mantém forte
além de vida e morte
nascemos e morremos como pais
nascemos e morremos como nomes
nascemos e morremos sem perceber
o que se mantém forte
além de vida e morte
janelas de trens imaginários
as mãos ligadas ao teclado:
sequência de letras
dizendo o que a boca não fala
por olhos que só veem
telas
sequência de letras
dizendo o que a boca não fala
por olhos que só veem
telas
05/07/2018
reino filo classe ordem família gênero espécie
minhas células se dividem sem saber
o que nunca esqueci:
prófase
metáfase
anáfase
telófase
o que nunca esqueci:
prófase
metáfase
anáfase
telófase
Poesia temática:
anti-racionalidade,
autocrítica,
budismo,
meditação,
poesia
04/07/2018
tempo médio
tédio:
romantismo
é assédio
romantismo
é assédio
Poesia temática:
autocrítica,
crítica social,
poesia,
poetrix,
rimas
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