30/07/2014

sem limitar, sem limiar

(Para Andrei Ribas)

sinto o rufar de tambores
em meu estômago

(mas as janelas do mundo fechadas)

todos os vulcões
rosnando sóis

(mas as janelas do fundo fechadas)

todo o brilho incontível
sem início nem fim
desde sempre querendo transbordar
muito, muito além de mim
e de todos que misturam as coisas mais impossíveis
só pra falhar ao dizer o que a poesia é

(mas as janelas dos signos fechadas
e os bêbados nos bares cortados com MPB não sendo o que queriam
enquanto me pergunto para que fui ler essa porra que também me corta
com infâncias, nádegas e parênteses)

como Nietzsche era dinamite
como o primeiro toque
como a vida em essência
muito além desta repetitividade lógica e egoísta

luz
energia
tesão
que tentamos localizar em pessoas, metas, bens ou poemas
e choramos ao perder, dependentes
com medo da noite e das faces que preenchem o vazio
e sorrimos, ao menos
ao fotografar com palavras
não minhas nem suas

sorrimos com o sol na cara

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