07/02/2013

poema contábil 65

a vida, este suicídio duradouro
onde tentas erguer uma casa sobre a pedra
mas a casa acaba
escapa
a pedra corre
ou os muros da casa te escorrem do nariz
até que sufoques deitado
e queira mais ar

a vida

em que apanhas desde a tenra idade
e se dás uma mão, querem um braço
onde te ensinam matemática
(todos perdidos do lado de fora de um abraço)
e juros compostos e contabilidade
e você acorda cedo com sono para ir acumular mais
ou tem saudade de acordar cedo com sono, por nem conseguir dormir mais
e bocejando foges do presente
mas
o presente é apenas uma palavra
onde não se consegue morar

Nenhum comentário:

Postar um comentário