a desimportância das minhas histórias me enormizam.
há tanto céu pra gente andar sem tanto cuidado
e morar o olhar em verbos mais múltiplos...
- Fabio Rocha
- Escritor, psicanalista e poeta nascido no Rio de Janeiro em 1976. Considerado um dos poetas brasileiros mais representativos da década de 2000 na antologia Roteiro da Poesia Brasileira (Global, 2009), é autor de vários livros publicados gratuitamente em seu blog, cujos melhores poemas foram reunidos em A Magia da Poesia (Papel&Virtual, 2000), Corte (Ibis Libris, 2004), rio raso (Patuá, 2014) e o budismo e o tinder (Multifoco, 2020). Mantém o bem sucedido site “A Magia da Poesia”, que teve mais de um milhão de acessos em 2012, onde divulga a obra de grandes poetas. Seus poemas já foram selecionados para livros escolares, traduzidos para o russo e publicados em diversas revistas literárias.
26/02/2018
22/02/2018
as time goes by
através da música
sem se perder em causas
(ela, a prática, a idade, o momento)
a cor lentamente
aumenta a intensidade presente
sem se perder em causas
(ela, a prática, a idade, o momento)
a cor lentamente
aumenta a intensidade presente
20/02/2018
onomatopoiético
poesia é quebrar as regras da linguagem e suas próprias
não lembro a última vez que contei uma métrica
e diariamente descarto descartes
não lembro a última vez que contei uma métrica
e diariamente descarto descartes
18/02/2018
11/02/2018
carnaval embora
comprei suco de manga no mercado
depois da musculação
vi o confete no chão do elevador
único e brilhante
voltei pra casa o quanto antes
e liguei o ar condicionado
nem um arranhão
da antiga sensação
de estar perdendo alguma festa
fora
depois da musculação
vi o confete no chão do elevador
único e brilhante
voltei pra casa o quanto antes
e liguei o ar condicionado
nem um arranhão
da antiga sensação
de estar perdendo alguma festa
fora
09/02/2018
pokemon go tinder
estou matutando este texto há um tempo. este poema não me satisfez sobre a temática. o número imenso de semelhanças não pode ser coincidência. tinder é o pokemon go. apenas num sonho diferente. semelhanças:
- busca autocentrada por algo externo que nunca traz uma satisfação verdadeira, completa, final
- você desliza o dedo na tela do celular para tentar poder chamar de seu o objeto do desejo
- dá pra tirar foto dos encontros mais inusuais e compartilhar
- andando pela cidade, aumentam suas chances de encontros diferentes
- a quantidade enorme de encontros diminui a chance de satisfação em cada encontro
- toda a lógica do sucesso do encontro se baseia em probabilidades, fundamentada em características e estratégias
- quanto mais ansiedade, pior a eficiência e eficácia do resultado
- tempo enorme gasto para uma satisfação decrescente
- busca autocentrada por algo externo que nunca traz uma satisfação verdadeira, completa, final
- você desliza o dedo na tela do celular para tentar poder chamar de seu o objeto do desejo
- dá pra tirar foto dos encontros mais inusuais e compartilhar
- andando pela cidade, aumentam suas chances de encontros diferentes
- a quantidade enorme de encontros diminui a chance de satisfação em cada encontro
- toda a lógica do sucesso do encontro se baseia em probabilidades, fundamentada em características e estratégias
- quanto mais ansiedade, pior a eficiência e eficácia do resultado
- tempo enorme gasto para uma satisfação decrescente
rumo do caminho
quanto mais diferente do planejado melhor
quanto mais distante do combinado melhor
quanto mais inesperado melhor
quanto mais distante do combinado melhor
quanto mais inesperado melhor
04/02/2018
os índios - sim
nascemos e somos cuidados por babás
os índios não
ficamos sentados em salas quadradas para aprender
os índios não
vendemos nosso tempo em salas quadradas
os índios não
destruímos nossa saúde em hospitais quadrados
os índios não
usamos drogas para suportar o padrão de vida quadrado em cidades cinzas
os índios não
construímos prisões e hospícios quadrados para os que não se encaixam
os índios não
antes de morrer contratamos enfermeiras
os índios não
poluímos o planeta além do limite suportável por ele
os índios não
os índios não
ficamos sentados em salas quadradas para aprender
os índios não
vendemos nosso tempo em salas quadradas
os índios não
destruímos nossa saúde em hospitais quadrados
os índios não
usamos drogas para suportar o padrão de vida quadrado em cidades cinzas
os índios não
construímos prisões e hospícios quadrados para os que não se encaixam
os índios não
antes de morrer contratamos enfermeiras
os índios não
poluímos o planeta além do limite suportável por ele
os índios não
Poesia temática:
autocrítica,
budismo,
crítica social,
meditação,
poesia
03/02/2018
teoria
a aranha do sábado
vem pelo furos na minha prática
arranha os fundos
deste silêncio bom
com futuros
o ranho de minhas contas bancárias
observa estável minha instalibidade
quando urde a solitude
incomprável paz
incomparável
vem pelo furos na minha prática
arranha os fundos
deste silêncio bom
com futuros
o ranho de minhas contas bancárias
observa estável minha instalibidade
quando urde a solitude
incomprável paz
incomparável
Poesia temática:
budismo,
dificuldade de relacionamento,
meditação,
poesia,
solidão
01/02/2018
pokemon tinder go
dentro do sonho da vida cabem
mais sonhos fora
fora da gente ou do agora
cito dois:
tinder
e pokemon go
gastam com eficiência
a bateria do celular
e nossa paciência
encontros raros são raros
encontros raros são raros
encontros raros são raros
o canto da nossa pokebolsa sempre
tão cheia quanto
nosso quarto
a morte fria questionando infartos:
insaciáveis e fartos de vazio
estamos vivendo?
mais sonhos fora
fora da gente ou do agora
cito dois:
tinder
e pokemon go
gastam com eficiência
a bateria do celular
e nossa paciência
encontros raros são raros
encontros raros são raros
encontros raros são raros
o canto da nossa pokebolsa sempre
tão cheia quanto
nosso quarto
a morte fria questionando infartos:
insaciáveis e fartos de vazio
estamos vivendo?
Poesia temática:
budismo,
meditação,
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poesia,
tinder
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