- Fabio Rocha
- Escritor, psicanalista e poeta nascido no Rio de Janeiro em 1976. Considerado um dos poetas brasileiros mais representativos da década de 2000 na antologia Roteiro da Poesia Brasileira (Global, 2009), é autor de vários livros publicados gratuitamente em seu blog, cujos melhores poemas foram reunidos em A Magia da Poesia (Papel&Virtual, 2000), Corte (Ibis Libris, 2004), rio raso (Patuá, 2014) e o budismo e o tinder (Multifoco, 2020). Mantém o bem sucedido site “A Magia da Poesia”, que teve mais de um milhão de acessos em 2012, onde divulga a obra de grandes poetas. Seus poemas já foram selecionados para livros escolares, traduzidos para o russo e publicados em diversas revistas literárias.
28/10/2016
toda
perco textos na sexta-feira sem sentido toda sexta-feira eu perco tudo e como o biscoito e visto uma calça vermelha para evitar mosquito toda sexta-feira eu piro todo sábado fico maluco todo o meu silêncio parece para nada todo meu não querer ainda quer toda fada preenche um caminho para o túmulo com lantejoulas tudo de bom está longe ou depois está tudo errado e não passa nenhum filme que preste tento aprender a nadar no mar com ressaca
22/10/2016
poemas traduzidos pro Inglês
ramonlvdias ( https://www.blogger.com/profile/05891813151601932341 ) acabou de me mandar 3 traduções pro Inglês de uns poemas meus:
unclouded hills
i see from airplanes
(for heaven's sake)
this yellow and translucent spider
fading into the still life of eve's
seven women for every man
and an immeasurable absence
i miss the maternal care
i miss the girlfriend's slippers aside of bed
i miss those times without any yearning
in peace and free of insomnia
writing imperfect poems
( poema original em http://poesia-fabio-rocha.blogspot.com.br/2013/07/montes-claros.html )
*
alaya vijnana
i hollow the dust of accomplished dreams
past and future tenses
in corroded treasure chests
side by side i engender
shapes and formulas
of three thousand years
ago when i was murderer
i hush days and nights
i hush eyes and blue seas
until the sound
become light
( poema original em http://poesia-fabio-rocha.blogspot.com.br/2014/08/alaya-vijnana.html )
*
steel shutters
so every night
the blank sheet
is moved by
the possibility
of masterpiece
the quiet moon sightsee
outside the window frame
every rhyme
every failure
( poema original em http://poesia-fabio-rocha.blogspot.com.br/2015/06/persianas-de-aco.html )
OBS.: Aqui deixo uns raros que eu mesmo já fiz em Inglês e Espanhol.
unclouded hills
i see from airplanes
(for heaven's sake)
this yellow and translucent spider
fading into the still life of eve's
seven women for every man
and an immeasurable absence
i miss the maternal care
i miss the girlfriend's slippers aside of bed
i miss those times without any yearning
in peace and free of insomnia
writing imperfect poems
( poema original em http://poesia-fabio-rocha.blogspot.com.br/2013/07/montes-claros.html )
*
alaya vijnana
i hollow the dust of accomplished dreams
past and future tenses
in corroded treasure chests
side by side i engender
shapes and formulas
of three thousand years
ago when i was murderer
i hush days and nights
i hush eyes and blue seas
until the sound
become light
( poema original em http://poesia-fabio-rocha.blogspot.com.br/2014/08/alaya-vijnana.html )
*
steel shutters
so every night
the blank sheet
is moved by
the possibility
of masterpiece
the quiet moon sightsee
outside the window frame
every rhyme
every failure
( poema original em http://poesia-fabio-rocha.blogspot.com.br/2015/06/persianas-de-aco.html )
OBS.: Aqui deixo uns raros que eu mesmo já fiz em Inglês e Espanhol.
17/10/2016
ninguém por perto, fim da gripe e do deserto
a casa arrumada
jimi hendrix na guitarra
nenhuma palavra
o cenário não importa:
as portas pra algo maior
estão fechadas
a mente ocupada
com conteúdos de filme
sem perceber a tela
mesmo sabendo da tela
treinando em se manter na tela
e seu tédio
jimi hendrix na guitarra
nenhuma palavra
o cenário não importa:
as portas pra algo maior
estão fechadas
a mente ocupada
com conteúdos de filme
sem perceber a tela
mesmo sabendo da tela
treinando em se manter na tela
e seu tédio
14/10/2016
sala e quarto (e partiu gikovate)
alisamos paredes brancas
antigas e murchas
gastas de partos
e morte de gatos
dentro de casas e prédios cúbicos
cubículos
retangulares e quadrados
angulares
tecendo métrica em nossos olhares
cada vez mais cartesianos
penso
penso
penso
tenso
fora das janelas
porém
há água
e vejo sempre as mesmas montanhas
em formato de águia
antigas e murchas
gastas de partos
e morte de gatos
dentro de casas e prédios cúbicos
cubículos
retangulares e quadrados
angulares
tecendo métrica em nossos olhares
cada vez mais cartesianos
penso
penso
penso
tenso
fora das janelas
porém
há água
e vejo sempre as mesmas montanhas
em formato de águia
12/10/2016
07/10/2016
06/10/2016
chama fogo
o fogo não sabe que se chama fogo
no fogão é azul
na fogueira tem som
às vezes dança
às vezes brilha parado
na química é combustão
na física é calor
nos corpos pode ser amor
às vezes tem fumaça
às vezes não
o fogo não tem forma ou definição
e não sabe que se chama fogo
mesmo assim queima a mão distraída
e transforma grão
em comida
no fogão é azul
na fogueira tem som
às vezes dança
às vezes brilha parado
na química é combustão
na física é calor
nos corpos pode ser amor
às vezes tem fumaça
às vezes não
o fogo não tem forma ou definição
e não sabe que se chama fogo
mesmo assim queima a mão distraída
e transforma grão
em comida
Poesia temática:
budismo,
fogo,
meditação,
melhores poemas,
poesia,
prajnaparamita
04/10/2016
pânico-hábito (romântico-religioso)
o coração como vitrola arranhada
agulha sem linha
no meio do sono da tarde
chuva reforçando a profundidade
do mesmo rio
"e agora arde sempre o mesmo frio"
uma canção brota no sonho
(antiga e nova)
e me faz saltar da cama
do peito
do poema
"sem ela mais que com jesus cristo"
agulha sem linha
no meio do sono da tarde
chuva reforçando a profundidade
do mesmo rio
"e agora arde sempre o mesmo frio"
uma canção brota no sonho
(antiga e nova)
e me faz saltar da cama
do peito
do poema
"sem ela mais que com jesus cristo"
01/10/2016
e o crivella liderando as pesquisas?
é tempo de premiar delatores
onde a normalidade é cada um apontar
ciscos e dores para fora de si
é tempo de nosso querido celular
destruir toda e qualquer experiência
toda e qualquer presença
o instante é de estarmos sem estarmos
estrago depois de estrago
vida após vida
perdida
uma era fazendo pose
sem sair do eu
que já doeu demasiado
até na biosfera
onde a normalidade é cada um apontar
ciscos e dores para fora de si
é tempo de nosso querido celular
destruir toda e qualquer experiência
toda e qualquer presença
o instante é de estarmos sem estarmos
estrago depois de estrago
vida após vida
perdida
uma era fazendo pose
sem sair do eu
que já doeu demasiado
até na biosfera
Poesia temática:
budismo,
crítica social,
meditação,
poesia,
política
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