o tropeço
parte do caminho
passo atrás
arde a dança
estendo meus braços de criança
aprendendo a não chorar
- Fabio Rocha
- Escritor, psicanalista e poeta nascido no Rio de Janeiro em 1976. Considerado um dos poetas brasileiros mais representativos da década de 2000 na antologia Roteiro da Poesia Brasileira (Global, 2009), é autor de vários livros publicados gratuitamente em seu blog, cujos melhores poemas foram reunidos em A Magia da Poesia (Papel&Virtual, 2000), Corte (Ibis Libris, 2004), rio raso (Patuá, 2014) e o budismo e o tinder (Multifoco, 2020). Mantém o bem sucedido site “A Magia da Poesia”, que teve mais de um milhão de acessos em 2012, onde divulga a obra de grandes poetas. Seus poemas já foram selecionados para livros escolares, traduzidos para o russo e publicados em diversas revistas literárias.
30/05/2014
27/05/2014
brasa
Brasília fria
Brasília matinal
Brumas fechando aeroportos
(Imagina na copa)
Braxília logo quente
Terra de Nicolas Behr
E de ilustríssimos dentro de ternos e vidros
Brasília formal e sem morros
Brasília ignorando mortes
Caminho turista por palácios
Entre a palestra e o almoço
Entre os índios protestando e os policiais esperando
Sobre um chão quase sem lixo
Caminho reto e sem esquinas
Tonto e torto
Carregando peso demais
Na mão e na mente
Mas
Sempre em frente
(Atenciosamente)
Brasília matinal
Brumas fechando aeroportos
(Imagina na copa)
Braxília logo quente
Terra de Nicolas Behr
E de ilustríssimos dentro de ternos e vidros
Brasília formal e sem morros
Brasília ignorando mortes
Caminho turista por palácios
Entre a palestra e o almoço
Entre os índios protestando e os policiais esperando
Sobre um chão quase sem lixo
Caminho reto e sem esquinas
Tonto e torto
Carregando peso demais
Na mão e na mente
Mas
Sempre em frente
(Atenciosamente)
Imagens: Fotos de Fabio Rocha |
23/05/2014
m. (paisagem)
desadio
um poema
um poema
com venda
nos olhos
nos olhos
pingam dos braços
abraços imaginários
e o tempo de nós
aumenta
esse verde
(esse ver-te)
entre chão e céu
azula minha tarde
me arde o mundo
cada vez menos
se faço parte
do que mudo
a m
ar te
a m
ar te
Poesia temática:
amor,
melhores poemas,
musas,
poemas de amor,
poesia,
poesia visual
20/05/2014
sentidos
kant encantado:
a coisa em si:
não há
a coisa em si:
não há
Poesia temática:
co-emergencia,
filosofia,
meditação,
poemas filosóficos,
poesia,
poetrix,
vazio
16/05/2014
terra
está abolida a lei da gravidade
no dia em que a Terra parou
nadamos no ar
entre mortes
e vidas
da terra plana e infinita
nasce luz por toda parte
e esse som:
no dia em que a Terra parou
nadamos no ar
entre mortes
e vidas
da terra plana e infinita
nasce luz por toda parte
e esse som:
14/05/2014
novo livro: rio raso - Fabio Rocha - editora Patuá - São Paulo - 2014
Rio raso. Coletânea de dez anos de poesia. A capa e o projeto gráfico foram de Leonardo Mathias. Edição, de Eduardo Lacerda. Editora Patuá, 2014. ISBN 978-85-8297-071-3. Skoob. ESGOTADO.
Belíssimo, por sinal, não só a editoração e capa, de primeira qualidade, mas, principalmente, pelos poemas, de altíssimo nível. Não é à toa que a Patuá vem se notabilizando entre as demais editoras, por apresentar trabalhos de alta qualidade formal e textual.
Críticas recebidas:
Li seu livro de um só fôlego, numa tarde inteira. Foi um bálsamo para mim, já que, a cada dia, está mais difícil ler-se poesia de qualidade. Parabéns! Há um componente lírico que perpassa todo o livro, às vezes com um humor irônico e triste (desculpe o paradoxo), que deixa, ao final, um gosto agridoce em nossos sentidos. Livro de grande teor poético, onde a síntese mostra o poeta atrás do poema, com seu fazer cuidadoso, de forma e de técnica, com seu trabalho de "Corte", que já vem desde o seu livro anterior.
ISBN-13: 9788582970713
ISBN-10: 8582970714
Ano: 2014 / Páginas: 108
Idioma: português
Editora: PATUÁ
ISBN-10: 8582970714
Ano: 2014 / Páginas: 108
Idioma: português
Editora: PATUÁ
07/05/2014
sem exceção
estamos todos no detran de itaguaí
marcamos hora
mas é por ordem de chegada
a fila é fora do ar condicionado
mas na sombra
dois vira-latas brincam alegres
mas se mordem
um homem quebra uma parede
tentando fazer uma porta
e a fila calada
(personagens se percebendo personagens)
rapidamente se desfaz
e se afasta
do pó
e dos destroços
marcamos hora
mas é por ordem de chegada
a fila é fora do ar condicionado
mas na sombra
dois vira-latas brincam alegres
mas se mordem
um homem quebra uma parede
tentando fazer uma porta
e a fila calada
(personagens se percebendo personagens)
rapidamente se desfaz
e se afasta
do pó
e dos destroços
Poesia temática:
budismo,
co-emergencia,
devir,
impermanencia,
poesia
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