Para Ingrid
nossos sonhos quase mortos.
o padrão, o patrão, os esforços.
repressão em todas as faces.
contratos sem cantar contraltos.
segurar em vez de deixar que passe.
- Fabio Rocha
- Escritor, psicanalista e poeta nascido no Rio de Janeiro em 1976. Considerado um dos poetas brasileiros mais representativos da década de 2000 na antologia Roteiro da Poesia Brasileira (Global, 2009), é autor de vários livros publicados gratuitamente em seu blog, cujos melhores poemas foram reunidos em A Magia da Poesia (Papel&Virtual, 2000), Corte (Ibis Libris, 2004), rio raso (Patuá, 2014) e o budismo e o tinder (Multifoco, 2020). Mantém o bem sucedido site “A Magia da Poesia”, que teve mais de um milhão de acessos em 2012, onde divulga a obra de grandes poetas. Seus poemas já foram selecionados para livros escolares, traduzidos para o russo e publicados em diversas revistas literárias.
29/11/2013
25/11/2013
não publicado
escrever é uma recompensa em si
um desesforço solitário e prazeroso
com um objetivo que esqueci
um desesforço solitário e prazeroso
com um objetivo que esqueci
Poesia temática:
eu,
melhores poemas,
poemas sobre poesia,
poesia,
poetrix
24/11/2013
22/11/2013
impeditivo explícito
todos os meus tigres querem reencarnar
chafurdar na lama na guerra na foda
(principalmente na foda)
vai passar
(a parede branca)
vai passar
(a parede branca)
reino-filo-classe-ordem-família-gênero-espécie
re-fi-co-fa-ge
re-fi-co-fa-ge
certeza absoluta
que amo mulher vestida de corpo
abdominais de fora de ordem de órbita de puta
(pasme)
e só com elas quero casar
chafurdar na lama na guerra na foda
(principalmente na foda)
vai passar
(a parede branca)
vai passar
(a parede branca)
reino-filo-classe-ordem-família-gênero-espécie
re-fi-co-fa-ge
re-fi-co-fa-ge
certeza absoluta
que amo mulher vestida de corpo
abdominais de fora de ordem de órbita de puta
(pasme)
e só com elas quero casar
21/11/2013
o de sempre
comprei um pão e um pouco de queijo
pra comer só
esfriou
no peito
os velhos tambores
a selva
um tempo para silenciar e
sereno
sem serenidade
pra comer só
esfriou
no peito
os velhos tambores
a selva
um tempo para silenciar e
sereno
sem serenidade
e lá vamos nós
dados lançados em parte
lindo caos me late em lanças
toda dança sempre finda
só me resta a eternidade
lindo caos me late em lanças
toda dança sempre finda
só me resta a eternidade
20/11/2013
presentes
canto todas as minhas paixões
todos os meus amores
me deixo destruir
do que levaram
me deixo perder
no que trouxeram
todos os meus amores
me deixo destruir
do que levaram
me deixo perder
no que trouxeram
19/11/2013
18/11/2013
reprogramação
olho a beleza
com a certeza
da ilusão
meu cérebro
(sopa de platelmintos)
ecoa a palavra fome
mas estendo a palavra mão
na direção de acalentar
eu
que aprendeu a amar
com os famintos
com a certeza
da ilusão
meu cérebro
(sopa de platelmintos)
ecoa a palavra fome
mas estendo a palavra mão
na direção de acalentar
eu
que aprendeu a amar
com os famintos
13/11/2013
12/11/2013
ao lado
fiquei uma semana ou duas sem ouvir música
minha poesia
aquece meu sofrer
tampo a porra da pia
mas quando se alaga
o nada
nado o lago
e se alastra
e me acabo
e pago o pato
e explodo o silêncio que me continha
apesar das boas intenções
que eu nem tinha
minha poesia
aquece meu sofrer
tampo a porra da pia
mas quando se alaga
o nada
nado o lago
e se alastra
e me acabo
e pago o pato
e explodo o silêncio que me continha
apesar das boas intenções
que eu nem tinha
10/11/2013
solitude
quieto e relaxado
sem fazer nada
lentamente a vista bonita de janelas antigas
o cheiro da chuva de momentos bons
reencontro na paz
mais que ilusão
sem fazer nada
lentamente a vista bonita de janelas antigas
o cheiro da chuva de momentos bons
reencontro na paz
mais que ilusão
09/11/2013
05/11/2013
02/11/2013
depois de ontem, antes de amanhã
restou essa sopa de dentes.
(e-letras)
enquanto o lixo sempre te aceita
as partes infindas em que partes lentamente
(pentes quebrados, remédios frios, pães congelados, porta-retratos
e adjetivos nos poemas que não faço)
eis o estrabismo interrompido
pelo olhar do outro
súbito
o outro
ah, outro
ouro lúcido leve leve brilho
no beijo mágico primeiro posterior
lúcido, ilúcido, translúcido,
me salva, me cura, me fode, sorri no facebook,
me molha, me leva, me eleva, me verba...
(até que a parede o adjetive)
mas como a parede
antes do outro?
ante um e outro?
a parede, de verdade...
como a parede?
o que nos separa dela
(a pa-re-de)
agora?
como parar a parede?
(e-letras)
enquanto o lixo sempre te aceita
as partes infindas em que partes lentamente
(pentes quebrados, remédios frios, pães congelados, porta-retratos
e adjetivos nos poemas que não faço)
eis o estrabismo interrompido
pelo olhar do outro
súbito
o outro
ah, outro
ouro lúcido leve leve brilho
no beijo mágico primeiro posterior
lúcido, ilúcido, translúcido,
me salva, me cura, me fode, sorri no facebook,
me molha, me leva, me eleva, me verba...
(até que a parede o adjetive)
mas como a parede
antes do outro?
ante um e outro?
a parede, de verdade...
como a parede?
o que nos separa dela
(a pa-re-de)
agora?
como parar a parede?
Poesia temática:
amor livre,
boca do inferno,
dificuldade de relacionamento,
eu,
loucura,
melhores poemas,
poesia,
top50
escombros suportam o mundo
venta aqui
e no passado
ao mesmo tempo
(culpado)
abro todas as janelas
estudo as tantas hipóteses
concluo:
depois de tantos anos de prisão
tremo perante a liberdade
como se fosse traição
e no passado
ao mesmo tempo
(culpado)
abro todas as janelas
estudo as tantas hipóteses
concluo:
depois de tantos anos de prisão
tremo perante a liberdade
como se fosse traição
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