tento esquecer o que quero ser
dentro da boca de quem sou
aceito
de olivas
olho a carne nova e salivo
e vejo deus e a nona de beethoven
tocarem em meu plexo sorriso
brilha azul
a palavra salvação
enquanto tento agarrar a bóia
dou um passo atrás
e danço com três pés
observo a pele, a fome, a praia
e a vontade crescente
absorvo a liberdade
de apenas ir no ritmo
com ou sem poder
com ou sem paz
a maior das sabedorias:
- tanto faz
- Fabio Rocha
- Escritor, psicanalista e poeta nascido no Rio de Janeiro em 1976. Considerado um dos poetas brasileiros mais representativos da década de 2000 na antologia Roteiro da Poesia Brasileira (Global, 2009), é autor de vários livros publicados gratuitamente em seu blog, cujos melhores poemas foram reunidos em A Magia da Poesia (Papel&Virtual, 2000), Corte (Ibis Libris, 2004), rio raso (Patuá, 2014) e o budismo e o tinder (Multifoco, 2020). Mantém o bem sucedido site “A Magia da Poesia”, que teve mais de um milhão de acessos em 2012, onde divulga a obra de grandes poetas. Seus poemas já foram selecionados para livros escolares, traduzidos para o russo e publicados em diversas revistas literárias.
28/02/2015
24/02/2015
22/02/2015
alergia
sem mais adoçar o mate
antes de tropeçar
na leveza enferrujada
da palavra bueiro
destampo a precisão emprestada
de versos joviais
enquanto suo
enquanto sumo
antes de tropeçar
na leveza enferrujada
da palavra bueiro
destampo a precisão emprestada
de versos joviais
enquanto suo
enquanto sumo
Poesia temática:
doença,
loucura,
melancolia,
melhores poemas,
poemas psi,
poesia
16/02/2015
palmo a palmo
desocupado demais
pra procurar culpados
vou parado
sobre o silêncio dos dias
e a paz das noites vazias
nada a comprar
nada a comparar
nada a conquistar
pra procurar culpados
vou parado
sobre o silêncio dos dias
e a paz das noites vazias
nada a comprar
nada a comparar
nada a conquistar
10/02/2015
forma e vazio
calar
enquanto o mundo grita
preferir manter a paz dos píncaros
da neve nas montanhas
do tibete
de nietzsche
sem precisar estar lá
alegrar e alegrar-se
neste espaço e neste tempo
perto e presente
aberto
deixar o tempo escorrer no agora
enquanto o mundo apressa futuros
fugindo do passado
que - assim - se repete
e repete
e repete...
quebrar ciclos infinitos
olhar um pouco de fora
viagens, empregos, relações
todos as formas de brinquedos da mente
sabendo seu vazio
enquanto o mundo grita
preferir manter a paz dos píncaros
da neve nas montanhas
do tibete
de nietzsche
sem precisar estar lá
alegrar e alegrar-se
neste espaço e neste tempo
perto e presente
aberto
deixar o tempo escorrer no agora
enquanto o mundo apressa futuros
fugindo do passado
que - assim - se repete
e repete
e repete...
quebrar ciclos infinitos
olhar um pouco de fora
viagens, empregos, relações
todos as formas de brinquedos da mente
sabendo seu vazio
Poesia temática:
anti-padrão,
anti-paixão,
autocrítica,
budismo,
crítica social,
meditação,
poesia,
prajnaparamita,
samsara,
trabalho,
vacuidade
07/02/2015
vendo Birdman sem cortes
e os tambores constantes
como é grande a luta
dos que buscam fama, prestígio, poder
um filme longo
logo agora que o sábio
para de olhar as horas
pra perceber as engrenagens
dentro do relógio
e por detrás delas
um invisível maior que o tempo
indivisível de tudo
indizível em versos
concatena silêncios sem ilusão
com as negras mãos dos universos
e os tambores constantes
como é grande a luta
dos que buscam fama, prestígio, poder
um filme longo
logo agora que o sábio
para de olhar as horas
pra perceber as engrenagens
dentro do relógio
e por detrás delas
um invisível maior que o tempo
indivisível de tudo
indizível em versos
concatena silêncios sem ilusão
com as negras mãos dos universos
e os tambores constantes
Poesia temática:
budismo,
cinema,
eu,
meditação,
melhores poemas,
poesia,
prajnaparamita,
samsara,
vacuidade
05/02/2015
lung de Bodichita
perdemos os nomes entre os trens
e as plataformas de lançamento
de felicidades futuras
duras águas frias cantarão
infinitos passados sem cura
mas o certo
o mais certo
é o silêncio do plexo
e as plataformas de lançamento
de felicidades futuras
duras águas frias cantarão
infinitos passados sem cura
mas o certo
o mais certo
é o silêncio do plexo
03/02/2015
rachadura
corro do córrego
o peito represa lágrimas, alegrias, futuros, cores, passados
o peito pesa e represa um mar
que afobado sonho:
rachadura
(rio alto)
todos os elementos da cura em minhas mãos
contra tanto não
escurecendo asfaltos
o peito represa lágrimas, alegrias, futuros, cores, passados
o peito pesa e represa um mar
que afobado sonho:
rachadura
(rio alto)
todos os elementos da cura em minhas mãos
contra tanto não
escurecendo asfaltos
Poesia temática:
doença,
eu,
melhores poemas,
poemas psi,
poesia,
rima,
rio,
sonhos
01/02/2015
mas tenho o whatsapp do porteiro
não conheço nenhum vizinho
mas ajudei um mago da noruega
a passar de fase no joguinho online
e tenho o whatsapp do porteiro
a vida me tira as peças
me tira as pernas
só tira
mas tenho o whatsapp do porteiro
me atiro no sofá da sala
ouvindo os gritos de cássia
e a tempestade lá fora
sem saber se alguém ouve
se alguém houve
se alguém move
meu coração
mas tenho o whatsapp do porteiro
mas ajudei um mago da noruega
a passar de fase no joguinho online
e tenho o whatsapp do porteiro
a vida me tira as peças
me tira as pernas
só tira
mas tenho o whatsapp do porteiro
me atiro no sofá da sala
ouvindo os gritos de cássia
e a tempestade lá fora
sem saber se alguém ouve
se alguém houve
se alguém move
meu coração
mas tenho o whatsapp do porteiro
Poesia temática:
anti-deshumanidade,
anti-tecnologia,
autocrítica,
crítica social,
eu,
humor,
impermanencia,
loucura,
melhores poemas,
musas,
poesia,
samsara
Assinar:
Postagens (Atom)